Hemoterapia


As hemácias possuem antígenos próprios na superfície da membrana celular (glicoproteínas ou glicolipídeos), que as classificam em grupos sanguíneos. Os humanos são classificados pelo sistema ABO, porém nos animais há uma variedade de diferentes tipos (ou grupos) sanguíneos. A consequência desses antígenos na superfície das hemácias, principalmente em uma transfusão sanguínea, é a possível formação de anticorpos anti-hemácias no receptor contra as hemácias do doador. Dependendo da espécie animal, esses anticorpos têm ocorrência natural, como por exemplo nos gatos, ou eles podem ser produzidos após sensibilização em transfusões anteriores, como nos cães. No entanto, existem fontes menos óbvias de exposições, tais como em vacinas que contêm antígenos de glóbulos vermelhos estrangeiros. A presença de anticorpos contra as hemácias do doador podem causar reações transfusionais hemolíticas imuno-mediadas severas e até mesmo fatais (gatos tipo B recebendo sangue tipo A) e podem também levar a formação de anticorpos para um determinado tipo sanguíneo, como no caso dos cães. Levando a aglutinação e ou hemólise das células vermelhas. Esses anticorpos ainda podem acarretar em uma perda da eficácia da transfusão sanguínea realizada, através da diminuição da sobrevida das hemácias transfundidas. A tipagem sanguínea (para os grupos mais comuns) pode ser feita em laboratórios veterinários especializados. Portanto, qualquer animal doador deve ter seu tipo sanguíneo identificado e ser negativo para os antígenos mais comuns que provocam uma reação hemolítica. A compatibilidade sanguínea entre doador e receptor pode ser feita através do teste de compatiblidade (reação cruzada).

 

 


Referências:

 

Lopes, Sonia. Biondo, Alexander e Santos, Andrea. Manual de Patologia Clínica Veterinária. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. CCR- Centro de Ciências Rurais - Departamento de Clínica de Pequenos Animais. 3a ed. Santa Maria, 2007.