Grupo Sanguíneo - Cães


 Há 8 principais grupos sanguíneos nos cães. Estes grupos são denominados DEA (do inglês - dog erythrocyte antigen) antígeno eritrocitário canino, que variam de 1 a 8 (ver tabela abaixo). Dentre esses grupos os príncipais são o DEA 1.1 e o DEA 1.2. O cão pode ser positivo para DEA 1.1 ou DEA 1.2, ser negativo para ambos os tipos (DEA 1.1 e  DEA 1.2), mas não positivo em ambos grupos. Os anticorpos naturais ocorrem em 20 % dos cães DEA 3 negativos,  10 % dos DEA 5 negativos e 20-50 % nos DEA 7 negativos. Reações tranfusionais hemolíticas agudas ocorrem apenas em cães DEA 1.1 e 1.2 negativos. Como esses cães não possuem anticorpos naturais, a reação tranfusional acontecerá somente após sensibilização do animal, através da introdução de sangue DEA 1.1 ou 1.2 positivo (a produção de anticorpos leva de 7 a 10 dias após a exposição).  O tempo de meia vida dos eritrócitos quando a transfusão é compatível é de 21 dias. Quando incompatível (reação tranfusional hemolítica aguda) o tempo de vida dos eritrócitos varia de minutos até 12 horas. Entretanto, cães DEA 3 negativo, 5 negativo e 7 negativo tem naturalmente anticorpos para as células vermelhas dos DEA 3, 5 e 7 positivo. Esses grupos não provocam uma reação hemolítica severa, mas sim, o sangue transfuso é hemolisado mais rápido (entre 4 e 5 dias) que uma transfusão compativel. Essa reação é denominada hemólise tardia ou reação hemolítica tardia. Assim, o teste de compatibilidade (reação cruzada) em cães não precisa ser feito na primeira transfusão.

 

 

 

DEA  (Grupo)

Indice Populacional*

Anticorpo Natural

Reações      Transfusionais

1.1

40-60 %

Não

Reação hemolítica aguda

1.2

10-20 %

Não

Reação hemolítica aguda

3

5-20 %

Sim

Hemólise tardia

4

85-98 %

Não

Nada

5

10- 25%

Sim

Hemólise tardia

6

98-99 %

Não

Desconhecida

7

10-45 %

Sim

Hemólise tardia

8

40 %

Não

Desconhecida

 

* O índice é raça dependente, ex: a maioria dos Galgos (Greyhounds) são negativos para DEA 1.1, portanto são ótimos doadores de sangue, porém são DEA 3 positivos, enquanto um grande número de Labradores são DEA 1.1 positivo.


 Isoeritrólise neonatal tem sido relatada em cães fêmeas (previamente sensibilizadas com células sanguíneas DEA 1 positivas) que acasalaram com cães machos DEA 1.1 positivo.

 


Referências:

 

Cornell University- College of Veterinary Medicine. https://ahdc.vet.cornell.edu/clinpath/modules/. 2014.

 

Lopes, Sonia. Biondo, Alexander e Santos, Andrea. Manual de Patologia Clínica Veterinária. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. CCR- Centro de Ciências Rurais - Departamento de Clínica de Pequenos Animais. 3a ed. Santa Maria, 2007.

 

 

Thrall M. A. [et al.]. Veterinary Hematology and clinical Chemestry. 2nd ed. 2012